~ Futura casa de chá!! ~

Xysuke se sentia o homem mais sortudo do mundo. Não só sua namorada era a mulher mais linda que Deus já criou, como também era um exemplo de pessoa inteligente e esforçada. Em pouco tempo, havia erguido um grande negócio, o que poderia ser o início de um futuro império no mercado. Ele estava realmente orgulhoso de ver como sua namorada havia se desenvolvido, aberto novos horizontes, planejado novas expectativas para a vida. Sua namorada era uma pessoa adulta.

.............e pessoas adultas, bem...............

Xysuke se afastou um pouco para vislumbrar Mokona de cima a baixo. Ela estava linda com aquele kimono, seus olhos verdes brilhantes como duas esmeraldas vivas, seus cabelos, que pareciam feitos de ouro puro, lhe davam o ar de uma princesa. Não, de uma rainha.........ironicamente, uma rainha. Mas uma rainha indefesa, pois a mão dela entrelaçada com a dele, a posição na qual estavam, a troca de olhares e a expressão no rosto dela, faziam Xysuke crer que ela estava totalmente à mercê dele naquele momento.

- Mo-chan, como você é linda.

Xysuke sempre esteve dividido em relação a acreditar no destino....

A palavra destino traz a idéia de que não podemos escolher nossos caminhos, que tudo está pré-determinado, e não podemos fazer nada senão aceitar. Isso nos estimula a negá-lo, acreditar que isso é tudo bobagem, que somos donos da nossa vida, e que quem dita as regras somos nós.

Por outro lado, se foi por causa desse cara chamado destino, que Xysuke conheceu Mokona, então, de toda a sua alma, Xysuke era agradecido a esse agente controlador de sua vida, por ter lhe proporcionado tamanha dádiva. Se o destino não existe, significa que Xysuke conheceu Mokona como fruto das escolhas que fez (sozinho, sem interferência de nenhum destino) no passado. Ou seja, era necessária a combinação certa de escolhas, para que os caminhos dele e de Mokona se cruzassem. Uma chance em 1 milhão, no meio de todas as incertezas da vida, já que não existe destino para segurar as nossas rédeas e nos conduzir. Xysuke tinha medo só de pensar na possibilidade de ter feito alguma escolha diferente em algum momento de sua vida, e isso ter acarretado em ele jamais ter conhecido mulher tão maravilhosa como essa, que estava embaixo de seu corpo, sobre o chão do quarto, timidamente iluminado pelo pequeno abajur.

Nessa posição, Xysuke parecia querer dizer: "Eu encontrei o meu tesouro. Eu encontrei o Cálice Sagrado. Jamais irei deixá-lo partir. Jamais deixarei que o amor de minha vida se afaste de mim"

Xysuke pensava em todas essas coisas, enquanto estava praticamente alucinado com a beleza de Mokona naquele momento tão especial entre eles. Foram alguns minutos de silêncio. Ao final, Xysuke disse, sorrindo:

- Não precisamos ter pressa, flor. Temos todo o tempo do mundo para nós. Eu estarei sempre ao seu lado, como seu homem.

Deu mais um beijo em Mokona. É difícil descrever com palavras, o que esse beijo tinha de tão diferente em relação aos demais, mas uma coisa era certa...

- ...isso foi um beijo adulto. Quando chegar a hora, faremos o restante.

Xysuke se levantou prontamente. Se ficasse naquela posição por mais 1 minuto, olhando Mokona tão de perto, com certeza meteria os pés pelas mãos e faria alguma besteira irremediável.

Xysuke já estava em pé, mas Mokona se levantou, o abraçou, e o trouxe de volta ao chão, rolando e indo parar em cima dele. Essa atiude deixou Xysuke surpreso, não estava esperando uma ação desse tipo vinda de Mokona. Ela pegou os dois braços dele e os segurou, como se quisesse imobilizá-lo. Onde aprendeu isso? Será que Lana estava ensinando algumas coisas a ela?

Ela beijou sua testa, fazendo com que seu busto ficasse a poucos centímetros do rosto de Xysuke. A mente dele, nada santa, e atiçada pelo momento íntimo que tiveram agora há pouco, não teve como se controlar, e Xysuke começou a pensar besteiras do tipo:

- Será que tem um sutiá atrás desse kimono?

Dessa vez, foi ela quem o beijou. Também foi um beijo diferente. Semelhante ao anterior, mais maduro. Foi como se Mokona tivesse aprendido só de recebê-lo uma vez de Xysuke.

Xysuke estava prestes a perguntar onde foi que Mokona aprendeu isso, quando ela o interrompeu antes mesmo dele começar:

Mokona: - Será assédio sexual se eu te atacar na cozinha da casa de chá???

Xysuke arregalou os olhos e ficou muito vermelho com essa pergunta. Mokona perguntava isso com uma calma, uma tranquilidade, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Um surdo pensaria que ela estava perguntando as horas, de tão natural que foi sua atitude.

Xy: B-B-B-B-B-B-B-Bem, bem........acho que isso não aconteceria porque, antes de você me atacar, eu te atacaria, hehe...hehehehe ^^' quando você pensasse em qualquer coisa desse tipo, o "elo" me avisaria na hora, e eu provavelmente iria antecipar o seu movimento, hehe.....hehehehehe....^^'''''''

Xysuke ria como um idiota, ainda meio envergonhado. Resolve mudar de assunto.

- Bem, vou te deixar descansar agora. Você deve estar exausta depois desse longo dia.

Saiu de baixo de Mokona e se levantou, logo arrumando suas roupas.

- Se precisar de qualquer coisa, basta pensar em mim. O nosso elo cuidará do resto e irá me trazer até você imediatamente, flor. Precisa de mais alguma coisa, antes de eu ir?

Só então percebeu uma coisa: o corpo de Mokona como um todo. Estava crescendo. Estava se desenvolvendo. Mesmo com o kimono, Xysuke percebeu que os seios de sua namorada estavam cada vez maiores, apresentavam-se firmes e bem definidos. Era visível a diferença em relação a alguns meses atrás. As curvas de Mokona estavam cada vez mais acentuadas. Estava se tornando mais linda e sensual a cada dia que passava. Estava cada vez mais encantadora e irresistível. Por um instante, Xysuke cogitou a possibilidade de Mokona estar se tornando mais mulher do que ele estava se tornando homem.

- Droga............*pensando* Ela está crescendo em todos os aspectos.........desse jeito, não sei quanto tempo mais vou conseguir me segurar, se vamos nos ver todos os dias, e eu me lembrar disso toda vez....

Manter o controle de si mesmo, tendo ao seu lado uma mulher linda e atraente como Mokona, era uma missão de dificuldade desumana para Xysuke. Só para ter uma idéia, toda vez que ele pensava na beleza e sensualidade de Mokona, o esforço necessário para não perder o controle era tal, que Xysuke começava a suar como se estivesse com febre. Era um exercício de tortura. Um único momento de fraqueza, e ele perderia a razão e se entregaria totalmente aos seus instintos, que explodiam de revolta dentro dele.

Música de fundo: https://www.youtube.com/watch?v=tcnmWGyOOPA

Quando Mokona o olhava daquela foma, com aqueles olhos brilhantes e cheios de amor, parecia realmente um anjo, uma criatura surreal. Era nesses momentos que Xysuke se lembrava que sua amada era um ser especial. Não era um ser humano comum. Mas isso não fazia a menor diferença para ele. Amava-a como a mulher de sua vida, e isso jamais iria mudar. Há alguns minutos atrás, declarou, como uma promessa, que os dois fariam amor da próxima vez que estivessem juntos. Não sabia exatamente como, mas daria um jeito de construir uma família com aquele ser etéreo que conquistou seu coração.

Mokona se levantou, olhou pra ele e respondeu sua pergunta:

- Por hora eu só preciso de mais um beijo seu para dormir tranquila.

Xysuke sorriu ao ouvir essa resposta. Sua amada pedia por mais um beijo seu. Por ele, beijaria-a por toda a eternidade, se fosse possível. Mas havia um pequeno detalhe agora, diferente das vezes anteriores. O corpo amadurecido de Mokona, a emanação de feromônios, todos esses fatores que a deixavam mais linda, sexy e humana do que nunca, essas coisas toda não saiam da cabeça de Xysuke. Ele, agora, iria beijá-la, com esses pensamentos ocupando sua mente. Nunca ficava nervoso ao beijá-la, era algo que estava acostumado a fazer, mas, dessa vez, ficou nervoso por causa disso. Estava prestes a colocar as mãos nos ombros de uma menina mulher, e dar-lhe um beijo adulto em plena consciência de sua feminilidade desenvolvida e madura. Sua namorada era uma mulher feita praticamente.

Xysuke se aproximou desajeitadamente, colocou as mãos nos ombros de Mokona e a beijou. Um beijo longo e profundo. Foi então que a triste realidade bombardeou Xysuke, como um balde de água fria.

Aquele momento especial que estavam tendo juntos estava chegando ao fim. Quando esse beijo terminasse, também terminaria a missão de Xysuke naquele quarto, e ele deveria se retirar da presença de Mokona, para que ela pudesse descansar. Essa expectativa o deixou triste e preocupado. O tempo que passaram juntos naquele quarto, agora parecia que tinha passado voando. Já estava na hora de ir embora. Xysuke tinha tantas coisas a conversar com Mokona. Tantos elogios e agradecimentos a fazer a ela. Mais tantas horas que queria passar junto dela. E isso ia ter que esperar, pois a hora de visitas se aproximava do fim.

Após alguns minutos de beijo, Xysuke, sem vontade alguma, afastou os lábios dos de Mokona. Fez um esforço desumando para dar um passo para trás, era uma tortura para ele sair de perto do calor do corpo dela. Soltou-lhe os ombros e a olhou uma última vez, antes de se despedir.

- Boa noite, flor....

Essas palavras saíram rasgando seu coração e sua garganta. Xysuke queria continuar ali. Queria dormir com Mokona se fosse possível. Mas não era. Ela precisava descansar para a longa batalha que começaria no dia seguinte. Xysuke deu meia volta e se dirigiu à porta.

Xysuke se sentia como se estivesse se despedindo de Mokona para sempre. O tempo que passaram juntos tinha passado incrivelmente rápido. Xysuke não se conformava com isso. Quandou viu, já era hora de ir embora. Depois que Xysuke atravessasse aquela porta, a noite especial que tiveram a sós, um com o outro, acabaria.....da próxima vez que se encontrassem, não seriam mais o futuro sr. e sra. Uchiniwa. Seriam novamente gerente e funcionário. A jornada da casa de chá iria começar, Mokona iria passar por muitas provações da vida adulta daqui pra frente, e precisaria de todo o apoio e ajuda de Xysuke nesse empreendimento. Se Xysuke realmente ama Mokona, deveria se concentrar no trabalho daqui pra frente, e ser útil para ela da melhor forma possível. Era uma incógnita quando eles teriam a oportunidade de ter novamente um momento informal como esse.

A porta do quarto de Mokona era pesada.......a maçaneta não queria se mover.......Não, não era a maçaneta. Era a mão de Xysuke que se recusava a virá-la, para abrir a porta. Xysuke sentia como se lhe faltasse força no braço. O desejo de estar ali com Mokona, a vontade de que essa noite não acabasse, que durasse para sempre, parecia influenciar o universo para cumprir esse objetivo. A porta estava estranhamente pesada. Xysuke pareceu esquecer como se usam as pernas, como se dá um passo para frente. Xysuke se esqueceu do caminho de volta pra seu quarto. Esqueceu o que tinha para fazer em seguida. Só o que ocupava sua mente era o desejo de continuar ao lado de Mokona, e seu corpo só conseguia fazer movimentos que colaborassem com o cumprimento desse objetivo.

Xysuke lutou arduamente contra esses instintos, que o mantiam enraizado ao chão. Após uma longa batalha, e a muito custo, a razão voltou a assumir o controle, e Xysuke conseguiu abrir a porta, e caminhar para fora do quarto de Mokona. Ao sair, tratou de fechar a porta do quarto rapidamente, quase batendo-a, para garantir que as forças que agora lhe surgiram não se desvanecessem novamente, travando-o no meio do caminho.

Xysuke inclinou o corpo contra aporta fechada do quarto de Mokona. Estava exausto. Principalmente mentalmente, mas isso se refletia no corpo quando em excesso. Seu rosto estava em suor, e sua visão parecia ficar turva durante alguns momentos. Precisava descansar. Aquela noite passada no quarto de Mokona o havia deixado tenso, na mesma proporção na qual o deixou feliz. Ou seja, muito.

Com as pernas pesadas e os olhos começando a se entregar, Xysuke caminhou de volta ao seu quarto, sem perceber que, a uma certa distância, alguém o observava, com um profundo olhar de completo desprezo.

Xysuke chegou ao seu quarto arrastando os pés. Estava cansado e com sono. Abriu a porta com um pouco de dificuldade e entrou, fechando-a logo em seguida. Em uma única noite, sua cabeça tinha dado voltas e mais voltas intermináveis. Estava com as têmporas latejando de dor. Colocou a mão sobre a porta fechada.

- Zhège dìzhǐ shì yóu zhǔ bǎohù. Tā xiāochúle xié'è, bǎohù tā de yáng qún. (Esta morada é protegida pelo Senhor. Ele afasta os maus e protege seu rebanho.)

Após fazer a bênção de sempre sobre seu quarto, retirou suas roupas de trabalho, e se vestiu para dormir. Pensava em mokona o tempo todo. Se deitou em sua cama e olhou para o teto. Enxergou nitidamente a imagem da pessoa que ocupava sua mente e seu coração.

Estendeu o braço para cima, na esperança inútil de poder tocar o rosto de Mokona, desenhado no teto.

Após alguns minutos de frustração, resolveu descansar e deixar que esse dia terminasse. Antes de fechar os olhos, olhou para a palma de sua mão direita, e a fechou, como se tentasse sentir. Sentir como se estivesse segurando sua "espada", que havia perdido para sempre.

- Kali-Yuga....o que eu devo fazer? Me mostre o caminho.

No exato momento em que terminou de dizer isso, recebeu a mensagem de Mokona:

- Logo Xy-kun... logo viveremos em uma época em
que estaremos juntos todos os dias! Pode ter certeza que este dia não
tarda a chegar!

Xysuke se sentiu feliz e satisfeito. A voz de sua amada em sua mente era o que ele precisava. Era o remédio para todas as suas angústias. Tanto é, que a sua dor de cabeça passou instantaneamente. O corpo de Xysuke estava relaxado e pronto para repousar em uma merecida noite de sono. Mas, no último momento, antes de cerrar os olhos, algo passou pela sua mente...

"- Kilik: Han....Kali-Yuga estará sempre com você. Basta acreditar..."

Xysuke arregalou os olhos, pensando em uma possibilidade absurda que surgia em sua mente...

- ..............Kali-Yuga.................você é o elo?????

Mas seu corpo se entregou ao cansaço, e Xysuke adormeceu, sem poder indagar mais sobre isso.

*Mokona sonhou com Xysuke, mas não lembrava exatamente o que... Ela acordou disposta e começou os preparativos para a abertura da casa de chá!*

(Continuação na "Dai Suki Tea House")